INQUIETANTES DIAS SEM MEMÓRIA...
Inquietantes os dias sem memória
Como se o magma em que se despenham
Fosse apenas mar de sargaços.
E o sol que das cigarras tem o canto
Fossem pingos de chuva. Gelados.
E as bocas fossem apenas grito sufocado. E o cântico
Vazio das almas saturadas...
Ou fossem vãos desertos
Das portas...
Caminhamos injustiças como quem apascenta
Descuidados rumores da fome. E (des)esperamos
Que nesta auréola de frio escorra o sémen
Das horas. E germine a vibração do tempo...
Incertas as praças. Prenhes embora de couraçados.
E auroras faiscantes...
Lá longe o farol clama.
Na intermitência das dores. E dos relâmpagos...
heretico / Relógio de Pêndulo
Gosto muito!
ResponderEliminarUma qualquer resteazinha de bom senso sussurra-me que não pergunte quem usa o pseudónimo de Heretico... eu faço-lhe a vontade! :)
Excelente poema....
ResponderEliminarUm abraço
Excelente poema
ResponderEliminarno outro lado do cais
onde o farol clama
... e assim com relâmpagos
ResponderEliminarse ilumina o chão
para caminharmos
por sobre as águas
de vez em quando o heretico sai com um poema cá para fora, sempre muito bom.
ResponderEliminarmais uma escolha muito bem acertada.
beijo
;)
Só por um dia?
ResponderEliminarNão se consegue mais?
Com essa qualidade...
Vá lá, força!
Amigo,
ResponderEliminarBelo poema
deslumbrante poema
linda forma de o escrever...de o dizer, de o sentir.
Me fascinou, junto com sua presença e palavras nos "7degraus".
Por lá, vou procurar responder!
Abraço, Maria Luísa
tudo lindo e profundo
ResponderEliminardetive me no farol - que recebe as tempestades e que as faz luzes trementes
não mais tão tementes
adorei, Rogério.
Barbara.
envie minhas lembranças ao "mar arável"
ResponderEliminarpor favor.
Barbara.
Muito bom! «Caminhamos injustiças como quem apascenta
ResponderEliminarDescuidados rumores da fome.» - Muito intenso. E bem duro.
Muito boas escolhas, Rogerito.
Bom domingo.
Muito belo, inquietante e algo desencantado!
ResponderEliminarFelizmente, lá longe, ouve-se o grito do farol... A luz dos relâmpagos iluminará o caminho que nos conduzirá a bom porto.
Parabéns ao autor e obrigada a si, Rogério!
Um dia é muito pouco! Não sei o que aconteceu, mas eu não dei pela passagem do poema nº 2.
Beijinhos.
A luz que se faz anunciar neste belo poema vai iluminar-nos a rota.
ResponderEliminarAbraço
ResponderEliminarDesencanto:"E o cântico
Vazio das almas saturadas...
"Incertas as praças" nas raízes do porvir. E, apesar disso, apesar dos "vãos desertos
Das portas"
as portas entreabertas deixando passar a claridade de um "farol que clama".
Um poema a confirmar a excelência de um dizer atual, atuante...
Um beijo
O farol a aguardar, aguardar...
ResponderEliminarAs portas abertas, estupidamente desertas.
O mar de sargaços, sufucado.
O barco a navegar em águas serenas, plenas.
Os relâmpagos iluminam o caminho de quem caminha sobre as àguas - Buda.(sozinho)
O vazio das almas saturadas...
E um "novo" cântico...
Muito triste e comovente, como a história de uma vida que leio de uma forma tão transparente.
(mas não deixa de ser um belo poema)
grato, meu caro Rogério.
ResponderEliminarsensibiza-me a tua gentileza e a tua amizade.
privilégio meu ver o meu "poeminha" publicado no teu blog. honra-me esse facto.
forte abraço
uma boa escolha de um senhor Poeta
ResponderEliminarBeijo
Parabéns ao autor, que caminha com destreza através dos versos. E a você, pela escolha, sem dúvida baseada, também, no conteúdo do poema. Abraços
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