24 novembro, 2012

Poesia (uma por dia) - 2


EM PLENO VOO POR UM GRÃO DE AREIA
Não são únicos os caminhos

mesmo quando se cumpre
a rota dos sonhos
e os barcos se despem
de destinos por sobre as águas

Já tínhamos visto longe
a céu aberto
palavras íntegras a respirar
por guelras
pétalas a despontar nos desertos
mares a gorjear
na folhagem das escarpas
noites claras
ao som do relógio de pêndulo

Não são únicos os caminhos

mesmo quando andamos
a sibilar no vento
desapercebidos do pássaro
que renasce em pleno voo

por um grão de areia

Eufrázio Filipe / Mar Arável

13 comentários:

  1. Caminhos múltiplos. Resta-nos a escolha. Que seja a melhor. Um grande bj querido amigo

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  2. É muito difícil comentar poesia... e muito mais quando estamos perante tal riqueza metafórica.

    Gostei muito.
    Parabéns ao Mar Arável e a ti por partilhares.


    Beijinho e bom fim de semana
    (^^)

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  3. Há metáforas e metáforas.
    Este poeta que respira, se necessário, por guelras, é um caso muito especial...

    :)

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  4. Este, é daqueles poemas que a partilha é obrigatória, Belíssimo!

    Bom fim de semana e um beijinho,
    Ana Martins

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  5. Ao ver a imagem recordei a canção do Zeca Afonso - Eles comem tudo
    Ao povo só resta a esperança e...

    Ei-los que partem, novos e velhos, buscando a sorte...

    As metáforas são fortes.

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  6. que dizer da poesia do Eufrázio? apenas acrescento que é um Poeta por inteiro.
    Uma boa escolha com uma imagem tb muito boa!
    beijo

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  7. Se nunca consegui comentar poesia, muito menos será hoje porque chuva e gripe conseguem "encravar" qualquer sensibilidade para a poesia e só vem à superfície, o meu absoluto e velho pragmatismo ;)

    Bjos

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  8. "Não são únicos os caminhos"

    Por aí é que vamos!...

    Lídia

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  9. Os caminhos como os carreiros são muitos. Havemos de chegar, grão a grão, passo a passo.
    Um belo poema.

    Abraço

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  10. «Sigo» os poemas do Mar arável - difíceis que eu sei lá! Mas fortes, a rasgar. É o caso!

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  11. Sempre tão grande, o Eufrázio. É como se um simples grão de areia, de repente, pudesse encher o mundo.

    Grata pela passagem e pelas palavras no meu lugar.

    Um abraço.

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  12. Não entendo como nem porque me "escapou" este excelente poema do Mar Arável... mas não escapou a esta pequena revisão! Gostei muito!

    Abraço!

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