IMAGEM - The Charnel House - Pablo Picasso 1944/45 |
NAVALHA OBLÍQUA EM BECO SEM SAÍDA
(Em soneto de nove sílabas métricas)
É tão crua esta oblíqua navalha
Que apunhala os sentidos da gente,
É tão suja, é tão vil que não falha;
Assassina e… disfarça, inocente!
Se debalde lhe foge a canalha
Que afinal lhe foi sempre indiferente,
Ela fixa, encurrala e estraçalha
Cada um dos que em fuga pressente…
Mas que importa a navalha cruenta
Do poder que nos quer degolar
Se outra força imperiosa argumenta
Numa voz que até mortos sustenta
E nos diz que é morrer ou lutar
Se, à traidora, nem sangue a contenta?
Maria João Brito de Sousa / PekenasUtopias
Sinto-me sinceramente honrada, Rogério! Muito obrigada!
ResponderEliminarNão conhecia nem a poetisa nem o belo e forte soneto!
ResponderEliminarUma força demolidora essa navalha oblíqua, que me deixou um nó na garganta...
Parabéns à autora e obrigada a si, Rogério, pela partilha desta maravilhosa poesia.
Um abraço.
Nem sabes o bem que me faz!
ResponderEliminarGosto da poesia da Maria João. O livro dela é lindo!
Obrigada.
ResponderEliminarIniciou esta abordagem à poesia com um soneto forte.
Parabéns à autora e a si.
" ... é morrer ou lutar" neste ' beco sem saída'
Beijo
Laura
ResponderEliminarBelíssimo!
A partir desse objeto agudo e sibilante que temos sobre as nossas cabeças.
Lídia
um poema muito actual da Maria João Brito de Sousa.
ResponderEliminarparabéns pela escolha.
bom fim de semana.
beijo
Palavras cortantes e ditas com mestria. Imagem a condizer.
ResponderEliminarE está inaugurada esta nova rubrica...
Ficamos à espera de mais.
Beijinho e bom fim de semana
(^^)
Belíssimo.
ResponderEliminar"Eu hei-de morrer um dia na ponta de uma navalha..."
Muito bom! Muito adequado ao momento. Obrigada por me apresentar a autora. Vou bisbilhotar-lhe o blog...
ResponderEliminarComeça bem a maratona de poesia, uma por dia!