pintura de Álvaro Cunhal |
Muitos dirão entre o tom displicente e o descrente: mais uma manifestação. Eu não me interrogo, tenho a certeza que, mais dia menos dia, esses que olham a rua, de forma distante, reconhecerão que vale a pena ser a água corrente, insistente, batendo em pedra dura.
A persistência tem antecedentes. A 2 de Maio de 1950 iniciou-se o julgamento de Álvaro Cunhal no Tribunal Plenário da Boa Hora. Na bancada da acusação, a PIDE. Na bancada de defesa, o seu pai, Avelino Cunhal e Luís Francisco Rebelo.
No entanto, o dirigente comunista encarregou-se da sua própria defesa e de improviso, nos dois primeiros dias do julgamento, falou durante mais de dez horas. E como parecem actuais tais palavras...
“Nós queremos que a política seguida em Portugal seja efectivamente portuguesa, seja determinada pelos interesses da maioria da população portuguesa e não pelos interesses de um ínfimo punhado de multimilionários que se tornam cúmplices dos imperialistas estrangeiros nos conselhos de administração das grandes companhias. Nós queremos que a independência portuguesa seja uma realidade vivida pelo nosso povo e não uma frase para fins publicitários.” - (Álvaro Cunhal, Maio de 1950)
Álvaro Cunhal será sempre uma referência,e, se algo posso ambicionar é que a sua memória jamais seja esquecida, no respeito e na admiração que lhe é devida.
ResponderEliminarBem haja
Mel
Premonitório!
ResponderEliminarHomens como Álvaro Cunhal precisam-se, homens que são um monumento! Inesquecíveis.
ResponderEliminarBeijos
ResponderEliminarOs grandes pensadores afirmam-se pela intemporalidade das afirmações que proferem.
Álvaro Cunhal será alguém cuja memória nunca pode esquecer, sob o risco de esquecer a própria história e o que dela ainda se escreve do muito que se escreveu.
Um abraço, Rogério
a coragem e a inteligência nem sempre se combinam no mesmo ser...
ResponderEliminar"Nós queremos que a independência portuguesa seja uma realidade vivida pelo nosso povo e não uma frase para fins publicitários.”
ResponderEliminarA atualidade das palavras prova que 50 anos de fascismo não foram suficientes para que as pessoas percebessem que há "coisas e ideias" que nunca nos deixarão progredir, nunca nos deixarão apreciar o verdadeiro sabor da Liberdade.
Lídia
E, como tão bem realçou a Lídia Borges citando AC, continuamos a querer "...que a independência portuguesa seja uma realidade vivida pelo nosso povo e não uma frase para fins publicitários."
ResponderEliminarAbraço grande!
Homens como Álvaro Cunhal precisam-se, homens que são um monumento! Inesquecíveis.
ResponderEliminarBeijos