Pátria
Por um país de pedra e vento duro
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro
Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou
Rente aos ossos com toda a exactidão
Do longo relatório irrecusável
E pelos rostos iguais ao sol e ao vento
E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão
Pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas
- Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Me dói a lua me soluça o mar E o exílio se inscreve em pleno tempo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sophia, sempre!
ResponderEliminarPercebi perfeitamente a mensagem que me deixou!
Como disse não era da fundação que queria falar mas fiquei siderada com a grandiosidade das instalações...
Comentei com a minha familiar que no HSM, apesar de tudo, havia mais empatia entre doentes e acompanhantes, éramos uma família.
O que me comoveu foi o encontro com alguém que não posso esquecer!
Abraço
Sofia, sabedoria e poesia.
ResponderEliminarGosto muito Sophia, gostava de ter escrito cada palavra que ela deixou no papel...
ResponderEliminarAbraço fraterno.
Poema poderoso! Muito bem escolhido!
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ResponderEliminarTriste é perceber que o tempo passa e nada muda.
A lírica de Sophia obriga-me a pôr os pés no chão, a contrariar uma pontinha e romantismo que me ficou desde Garrett
Lídia