A fonte está aqui, e foi-me sugerido pelo "meu" umbigo
Hoje há quem fale de ondas, dizendo coisas certas e, outros, coisas tontas. Falam de ondas e eu de quadras. Quadras amargas mais altas que essas altas vagas. Dirão que, pelas datas, e pelo que aquilo que hoje se ouve dizer, que é assim e que não há nada a fazer. É um determinismo resignado, que só o tempo largo em que as coisas evoluem parece querer dar razão. Mas não, tais vozes estão despidas de razão e o determinismo é determinado pela própria humanidade...
Entre a crucificação de Cristo e a primeira conversão à doutrina da igualdade, passaram mais de trezentos anos... entre essa conversão e o fim, formal, da escravatura passaram mais de mil e quinhentos anos... entre a desconhecida data em que o primeiro servo da gleba deitava sementes à terra e o fim do feudalismo, vai um tempo enorme... entre a revolução industrial e a prática dos direitos a que todos temos direito, vão os tempos ainda em curso... ah!, e a utopia apenas foi adiada... Hoje ainda existem escravos? Não ruiu o último feudo? O operariado já não veste o mesmo facto? Existem outros "ismos" tão medonhos como os antigos? Deixemos essa ilusão para os que ficam parados, olhando os trinta metros da onda. O que faz sentido é perceber o sentido. O que faz sentido é compreender o caminho, a tendência, dar dimensão à vaga e como diz (uma outra) quadra:
Negro espectro que te esmagaOlha bem de frente agora... Queima essa putrida chagaÀ luz nascente da aurora!